segunda-feira, abril 16, 2007
















CORPO RE-MOTO CONTROLADO(R)
Do corpo da marionete explorado em In’Perfeito (1997), ao corpo do robô no Procedimento 1 (2002), passando pelo corpo do videogame em Violência, parecia coerente levantar uma espécie de categoria (ou seria um conceito?) – justamente a do corpo remoto controlado – que pudesse reunir/abraçar os estágios desse percurso que vem sendo marcado pela perseguição de um interesse: o de pesquisar o movimento. De onde ele vem? Como se desenvolve? São forças internas ou externas que fazem o movimento acontecer? (...)
Em seguida, surgiu um problema. O remoto controlado sugeria, em sua oralização e escrita, a idéia de um corpo passivo e, portanto, passível de dominação e sem perspectivas de liberdade. Para evitar esse equívoco, a Profa. Dra. Christine Greiner sugeriu que um “r” fosse agregado ao último nome do título, ficando assim: corpo remoto controlador. Apesar da ordenação das palavras chamar atenção, justamente pela brincadeira ou pequena contradição que dela emanava, ainda permanecia um certo incômodo pela fixação do atributo: o corpo é controlado ou controlador? Quem controla o corpo? De onde vem o controle? Há um sujeito no comando? Quem seria esse sujeito?
...os corpos são remotamente controlados pelos próprios corpos e suas co-habitantes temporalidades (vale lembrar dos sistemas reptílicos e límbicos – mais antigos – em relação ao neo-cortex), pelo ambiente, pelos outros corpos do mesmo ambiente, pelo contágio com os outros ambientes e seus corpos, pelas idéias que habitam o mundo da cultura. Estamos, sim, sendo re-organizados pela difusão das informações e pelos laços que constituímos nesse processo. Arranjos em tempo real, contínuos. Não há corpo intocável.

(...)
www.pucsp.br/.../corporemoto/archives/cena11.jpg

Vivendo e aprendendo