segunda-feira, abril 06, 2009

O Tempo
(Reginaldo Bessa)

O tempo não é , minha amiga aquilo que você pensou.
As festas, as fotos antigas as coisas que você guardou.
Os trastes, os móveis, as tranças, os vinhos, os velhos cristais.
As doces canções de criança, lembranças , lembranças demais.


O tempo não pára no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
Você vem deitar no meu ombro querendo de novo ficar.
Eu olho e até me assombro como pode esse tempo passar.
O tempo é areia que escapa até entre os dedos do amor.
Depois é o vazio , é o nada, é areia que o vento levou.

O tempo não pára no porto, não apita na curva, não espera ninguém
O medo correndo nas veias deixou tanta vida pra trás
E a gente ficou de mãos cheias com coisas que não valem mais
E fica um gosto de usado naquilo que nem se provou
A gente dormiu acordado e o tempo depressa passou


O tempo não pára no porto, não apita na curva, não espera ninguém.

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